
SOBRE
Flavio Lima, 1966, Goiânia (GO) - Vive e atua em GoiâniaSou Flávio Lima, artista visual representado pela Galeria Cerrado. Vivo e trabalho em Goiânia e trago mais de 40 anos de trajetória criativa, passando pelo retratismo, publicidade e mercado de luxo. Minha produção parte da fotografia, mas se expande para a criação de cenários e instalações que antecedem a imagem final.
Participei de exposições individuais e coletivas em Goiânia, São Paulo e Brasília, além de feiras de arte e design como a Fargo e a Casa Cor. Em 2021, fui premiado no Photo + Arts 21, em São Paulo, na categoria Ensaio/Story. Colaborei também em projetos com marcas, arquitetos e artistas de diferentes áreas, sempre explorando a cor, a luz e a abstração como caminhos para narrativas visuais poéticas.
Minha pesquisa busca revelar novas leituras a partir da matéria, das formas e texturas, transformando o banal em experiências sensoriais que convidam o espectador à imersão e à reflexão.
DECLARAÇÃO DO ARTISTA
Construo pequenos cenários com materiais desvalorizados, muitas vezes ignorados, mas presentes em nossas vidas. Minha missão é dar voz a tubos metálicos de construção, películas espelhadas usadas em vidros, telas de viveiros de pássaros e outros elementos. Desenvolvi uma técnica que envolve tecidos, papéis coloridos, iluminação pontual e, às vezes, outros recursos, dependendo da produção. Busco transformar materiais simples em impactos visuais. Minha pesquisa é sobre volume, cor, sombra e repetição. Gosto de detalhes mal acabados, matéria bruta, soldas aparentes, bordas irregulares e superfícies deformadas, pois carregam a beleza da imperfeição. Trabalho com repetições e múltiplos porque acredito que geram ritmo e força, como um agrupamento de rejeitados que ganha potência no coletivo.
Minha investigação acontece na pré-produção. Tubos, papéis, películas e luzes são pensados, experimentados e ajustados antes da fotografia. Organizo tudo como se montasse uma escultura e, só então, registro o que foi construído, praticamente sem pós-produção. O resultado é sempre inesperado: não consigo repetir uma imagem, já que um simples movimento da câmera muda o eixo de luzes e formas, tornando a fotografia outra.
Os tubos se tornaram uma marca da minha identidade artística. Através deles conto muitas histórias. Funcionam como janelas ou molduras, por onde canalizo a luz. Essa luz se refrata, reflete, colore o caminho e cria profundidades não visíveis no objeto, mas que ganham significado na experiência do observador. Quero criar cenas envolventes, quase imersivas, um jogo visual em que o espectador é puxado para dentro de uma profundidade imaginada. As paredes dos tubos reagem com explosões de cores, como se tivessem vida própria. Gosto de provocar sensações quase hipnóticas, como se fôssemos engolidos por um abismo profundo. A imagem se completa no olhar de quem vê, com ilusões de ótica que nos desviam da realidade da instalação.
Outro fator que me motiva a investigar é que, mesmo usando a mesma técnica, quando mudo o material a superfície de reflexão da luz transforma totalmente o resultado. Nos metais percebemos o vazio dos tubos, no Insulfilm os espaços transformam-se em superfícies sólidas, nas telas de viveiros a luz não se refrata, dando protagonismo à cor da base da instalação. Acho fascinante imaginar cada material e seu efeito. E assim sigo testando mais e mais.
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