Construo pequenos cenários com materiais desvalorizados, muitas vezes ignorados, mas presentes em nossas vidas. Minha missão é dar voz a tubos metálicos de construção, películas espelhadas usadas em vidros, telas de viveiros de pássaros e outros elementos. Desenvolvi uma técnica que envolve tecidos, papéis coloridos, iluminação pontual e, às vezes,

outros recursos, dependendo da produção. Busco transformar materiais simples em impactos visuais. Minha pesquisa é sobre volume, cor, sombra e repetição. Gosto de detalhes mal acabados, matéria bruta, soldas aparentes, bordas irregulares e superfícies deformadas, pois carregam a beleza da imperfeição. Trabalho com repetições e múltiplos porque

acredito que geram ritmo e força, como um agrupamento de rejeitados que ganha potência no coletivo.

Minha investigação acontece na pré-produção. Tubos, papéis, películas e luzes são pensados, experimentados e ajustados antes da fotografia. Organizo tudo como se montasse uma escultura e, só então, registro o que foi construído, praticamente sem pós-produção. O resultado é sempre inesperado: não consigo repetir uma imagem, já que um simples movimento da câmera muda o eixo de luzes e formas, tornando a fotografia outra.

Os tubos se tornaram uma marca da minha identidade artística. Através deles conto muitas histórias. Funcionam como janelas ou molduras, por onde canalizo a luz. Essa luz se refrata, reflete, colore o caminho e cria profundidades não visíveis no objeto, mas que ganham significado na experiência do observador. Quero criar cenas envolventes, quase imersivas, um jogo visual em que o espectador é puxado para dentro de uma profundidade imaginada. As paredes dos tubos reagem com explosões de cores, como se tivessem vida própria. Gosto de provocar sensações quase hipnóticas, como se fôssemos engolidos por um abismo profundo. A imagem se completa no olhar de quem vê, com ilusões de ótica que nos desviam da realidade da instalação.

Outro fator que me motiva a investigar é que, mesmo usando a mesma técnica, quando mudo o material a superfície de reflexão da luz transforma totalmente o resultado. Nos metais percebemos o vazio dos tubos, no Insulfilm os espaços transformam-se em superfícies sólidas, nas telas de viveiros a luz não se refrata, dando protagonismo à cor da base

da instalação. Acho fascinante imaginar cada material e seu efeito. E assim sigo testando mais e mais.

A série retrata barras de metal tubulares atravessadas por diferentes tons de iluminação.

De forma experimental, construo estruturas que transitam entre a arquitetura, o instrumento e a joia, em uma atmosfera propositalmente rudimentar.

Com cores opacas, de aço ou de ferrugem, as imagens se valem da abstração geométrica das linhas retangulares para acessar o imaginário que se cria através da luz. Busca-se, por

meio da visualidade das fotografias, iluminar os trajetos que nos levam à reflexões, destacando as imperfeições do material como conexões com as cicatrizes que nos acompanham e a luz comodestino de realização.

A série Raízes apresenta o contraste entre a geometria rígida dos tubos metálicos e a organicidade das raízes, que rompem a estrutura e criam novos caminhos.

As raízes simbolizam o Cerrado e a minha identidade: são memória, ancestralidade, pertencimento e resistência.

Enquanto o fundo geométrico remete ao mundo urbano e moderno, as raízes afirmam permanência. 

A série Sáfara explora as pedras roladas dos rios do cerrado, reinterpretadas através da fotografia de tubos de insulfilm espelhados.

Os espelhos captam e refletem a luz de forma distinta, criando explosões visuais com fragmentos de cores que invadem e dominam a cena.

As imagens emergem de dentro dos tubos, preenchendo vazios e gerando efeitos de fragmentação.

Desafiando a previsibilidade dos círculos, tubos flexíveis adquirem formas orgânicas, movimentos e ovalidades disformes. 

A série Ipês celebra a força simbólica e estética do cerrado em quatro obras dedicadas às cores icônicas das árvores: rosa, roxo, amarelo e branco. As composições exploram camadas geométricas sobrepostas, criando profundidade, movimento e uma sensação de expansão infinita. O verde, presente em todas, evoca vitalidade e contrapõe-se às cores principais. Mais que representação literal, as obras traduzem a exuberância e a fragilidade do cerrado em experiências visuais intensas, que conectam natureza e emoção.

 A série Sáfara explora as pedras roladas dos rios do cerrado, reinterpretadas através da fotografia de tubos de insulfilm espelhados.

Os espelhos captam e refletem a luz de forma distinta, criando explosões visuais com fragmentos de cores que invadem e dominam a cena.

As imagens emergem de dentro dos tubos, preenchendo vazios e gerando efeitos de fragmentação.

Desafiando a previsibilidade dos círculos, tubos flexíveis adquirem formas orgânicas, movimentos e ovalidades disformes. 

O que faz com que uma pedra seja preciosa? Sua singularidade? Seu brilho? Sua cor? Trabalho com diferentes texturas e cores de papel para criar imagens que nos transportam para o universo das preciosidades, como reinterpretação uma da minha longa atuação na joalheria, transformando a fragilidade do papel na força e no brilho de uma pedra preciosa. Carregadas de tons fortes e vibrantes, as fotografias retratamobjetos de desejoem um cenário de contemplação, repousados em uma cama de luzes e sombras. A sofisticação que existe nas composições naturais é evidenciada através doolhar. As interpretações intuitivamente se direcionam à sensação de espetáculo e teatralidade causadas pelo contraste entre os pontos de destaque, onde estão representadas as gemas, e o vasto universo verde entre sombras e efeitos vintage de granulação da imagem, no segundo plano, causando um efeito enérgico e embriagante.

Flavio Lima, 1966.

Vive e trabalha em Goiânia, GO.

Representado pela Cerrado Galeria.

PREMIAÇÃO

2021 - Photo + Arts 21- Categoria Ensaio/Story- São Paulo, SP

EXPOSIÇÕES INDIVIDUAIS

2022 - Joias de papel - Espaço Sunset – Goiânia, GO

2019 -LightWalker - Época Galeria- Goiânia, GO

EXPOSIÇÕES COLETIVAS SELECIONADAS

2023 - Brasilidades - 588 Art Show - Goiania, GO

2022 - Exposição Coletiva - Gabriel Wickbold Gallery- São Paulo, SP

2021 - Arte + Arquitetura, Divino Galeria- Brasília, DF

2021 - Mostra Coletiva- Mainline– Brasília, DF

2019 - Mostra Coletiva Mor Art Night - Botanikafé- São Paulo, SP

PROJETOS E COLABORAÇÕES SELECIONADOS

2025 - Mostra Artefacto Brasilia - Artefacto – Brasília, DF

2022 - Projeto Cristiane Schiavoni – By Kamy – São Paulo, SP

2021 - Projeto Esperança - Skin Place- Goiânia, GO

2021 - CampanhaAs mãos - Scarf-me- SãoPaulo,SP

2020 - Collab com Marcos Costa – Campanha Digital - São Paulo,SP

2020 - Arte contra o Coronavírus – Tetto Fine Art- Goiânia, GO

2020 - Collab com Mag Mor - SãoPaulo,SP

FEIRAS DE ARTE E DESIGN

2024 - Fargo - Feira de arte Goiás - Goiânia, GO

2023 - Fargo - Feira de arte Goiás - Goiânia, GO

2023 - Casa Cor São Paulo - Leo Shehtman - São Paulo,SP

2021 - Casa Cor Goiânia - Genesio Maranhão e Marcos Queiroz - Goiânia, GO

2019 - Casa Cor Goiânia - Riscatto Arquitetura – Goiânia,GO

FORMAÇÃO ECURSOS

2025 - História da Arte - Dante Velloni

2025 - Escola Arte e Mercado - Nano Art Market

2024 - Acompanhamento Individual - Iatã Cannabrava - São Paulo, SP

2023 - Acompanhamento Individual - Kura Arte - São Paulo, SP

2022 - Olhar Contemporâneo- João Correia

2021 - Em busca da originalidade- Gabriel Wickbold - São Paulo, SP

2019 - Curso de Fotografia - Casa da Fotografia-Goiânia, GO

1985 - Curso de Fotografia - Rosary Esteves - Goiânia, GO

Contato

+55 11 97212-2596